OBrasil tem 11 das 30 cidades mais violentas do mundo. Levantamento doEscritório sobre Drogas e Crime das Nações Unidas com base em assassinatosocorridos no ano de 2012 aponta Maceió como a quinta cidade em homicídios acada 100 mil habitantes. Fortaleza está na sétima posição e João Pessoa, emnono. A América Latina desbancou a África como a região mais violenta.
Hondurasé hoje o país com maior número de assassinatos por 100 mil habitantes. O índiceregistrado naquele país aponta para o que os pesquisadores chamam de “situaçãofora de controle”. “Muitas vidas estão sendo tragicamente interrompidas, muitasfamílias e comunidades estão sendo destruídas.
Háuma necessidade urgente de entender como o crime violento está afligindo ospaíses em todo o mundo, afetando particularmente os homens jovens, mas tambémcausando grandes danos às mulheres”, disse o diretor de Análise de Políticas eAssuntos Públicos da ONU, Jean-Luc Lemahieu, na divulgação do estudo ontem, emLondres.
Deacordo com a pesquisa da ONU, foram assassinadas 437 mil pessoas em 2012, dasquais 36% nas Américas e pouco mais de 11% no Brasil. O país é o que tem maiscidades na lista da violência, seguido pelo México, com seis – ambos são ospaíses mais populosos da América Latina.
Paraos pesquisadores da ONU, o elevado índice de homicídios na América Latina estáligado ao crime organizado e à violência política, que persiste há décadas nospaíses latino-americanos. A maior parte das mortes (66%) foi provocada porarmas de fogo.
Oscartéis do narcotráfico mexicano são citados como responsáveis pela violênciatambém em Honduras, El Salvador e Guatemala, países que integram rotas dedistribuição de drogas que têm como destino os Estados Unidos. Já na Venezuela,os assassinatos são atribuídos à violência urbana.
Taxasde homicídios acima de 20 por 100 mil habitantes são consideradas graves pelosespecialistas. Em Honduras, são 90,4 homicídios por 100 mil habitantes; noBrasil, 25,2.
Conflito
Paísesem conflitos têm taxas inferiores às da América Latina, como o Iraque, noOriente Médio, onde o índice registrado é de oito para 100 mil habitantes.
Nosestados do Rio de Janeiro e São Paulo, as taxas de homicídio declinaram – 29% e11%, respectivamente –, mas cresceram no Norte e Nordeste do país, com destaquepara a Paraíba, que registrou um aumento de 150%, e Bahia, que contabiliza umaumento de 75% no número de homicídios nos últimos dois anos. Pernambuco é umaexceção no Nordeste, com queda de 38,1% na taxa global de homicídios.
Homens
Mundialmente,cerca de 80% das vítimas de homicídio e 95% dos autores desse crime são homens.Segundo o estudo do Unodc, a taxa de homicídio masculina global é quase quatrovezes maior que a de mulheres (9,7 contra 2,7 por 100 mil) e é mais alto naAmérica (29,3 por 100 mil homens), onde é quase sete vezes maior do que naÁsia, na Europa e na Oceania (todos com menos de 4,5 por 100 mil homens).
Emgrande medida, isso ocorre devido ao fato de que os níveis mais altos dehomicídios relacionados com o crime organizado e com gangues ocorrem na Américaquando comparados a outras regiões.
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Entidadetrabalha para formatar classificação internacional de crimes
OEstudo Global sobre Homicídios 2013 é baseado no banco de dados dasEstatísticas de Homicídios do Unodc (2013), compilados a partir de umavariedade de fontes nacionais e internacionais, cobrindo 219 países eterritórios.
Essesdados, segundo a entidade, são derivados ou dos sistemas de justiça criminaisou de saúde públicos, cada um registrando dados a respeito dos homicídiosdolosos de maneiras diferentes. Desde a publicação do Estudo Global sobreHomicídios 2011, a disponibilidade de dados sobre homicídios dolosos aumentou,porém, existe muito trabalho ainda a ser feito para que os dados continuem amelhorar.
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Otrabalho metodológico em andamento para desenvolver a ClassificaçãoInternacional de Crimes para Propósitos Estatísticos (InternationalClassification of Crime for Statistical Purposes – ICCS) fornecerá pelaprimeira vez uma definição e uma classificação internacionalmente aceita dehomicídio doloso e guiará assim a produção de dados sobre homicídios por sistemasnacionais estatísticos.
Nonível nacional, esforços maiores serão necessários para coordenar e harmonizara produção de estatísticas de homicídio por todas as instituições parceirasrelevantes tanto do setor da justiça criminal quanto do de saúde pública.Esforços maiores e mais focados especialmente na África, Ásia e Oceania sãonecessários para completar lacunas ainda existentes. (Fonte: Gazeta do Povo)