Tamanhoda fatura foi apresentado por técnicos do governo ao economista Tony Volpon, daNomura Securities, em encontros há pouco mais de uma semana em Brasília.Analistas discutem se essa conta deve ser cobrada de uma única vez ougradualmente Mesmo com toda a valorização do piso salarial nos últimos anos,trabalhadores brasileiros ainda têm rendimento inferior à média mundial (CarlosSilva/CB/D.A Press) Mesmo com toda a valorização do piso salarial nos últimosanos, trabalhadores brasileiros ainda têm rendimento inferior à média mundial
Sehouver o tarifaço que muitos economistas prevêem para 2015, os brasileiros vãoarcar com uma fatura pesada. A conta virá por meio dos reajustes dos preçosrepresados da energia elétrica e dos combustíveis e pode variar entre 0,5% e 1%do Produto Interno Bruto (PIB), algo entre R$ 23 bilhões e R$ 46 bilhões. Napior das hipóteses, o desembolso equivalerá a quase o dobro dos R$ 25 bilhõesgastos por ano com o Bolsa Família.
Essesnúmeros foram apresentados por representantes do governo a Tony Volpon,economista-chefe de Pesquisas para Mercados Emergentes da Nomura Securities emNova York. Ele esteve em Brasília há pouco mais de uma semana e conversou comtécnicos do Ministério da Fazenda e do Banco Central.
Volponcitou os encontros em um relatório distribuído a clientes da instituiçãofinanceira. Na avaliação do economista, não é à toa que o represamento dospreços administrados pelo governo Dilma Rousseff têm causado tanta comoção nosmercados, e entrou de vez no discurso dos candidatos à Presidência daRepública.
Todossabem que não haverá escapatória, seja quem for o vencedor das urnas em outubropróximo. No mercado, há quem defenda que a fatura seja repassada à sociedade deuma vez só, mesmo que o impacto no custo de vida seja elevado. É o caso deArmínio Fraga, cotado para ser ministro da Fazenda em um eventual governo deAécio Neves (PSDB).
Noentender de Armínio, num primeiro momento, a inflação subiria, mas, logodepois, as expectativas para o Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA)cairiam, porque os investidores teriam a confiança de que não seriamsurpreendidos por políticas artificiais de contenção das tarifas públicas.

Nocaso de reeleição de Dilma Rousseff, a tendência é de recomposição gradual dospreços das energia, da gasolina e do diesel. Ela deixou isso claro empronunciamento em rede nacional de rádio e tevê às vésperas do Primeiro deMaio. Parte da conta das tarifas públicas será paga, no entanto, de formaindireta, como vem ressaltando o ministro da Fazenda, Guido Mantega. A ideia éaumentar impostos de bens de consumo. Ou seja, em vez cobrar o reajuste diretona conta de luz, o governo sustentaria subsídios à energia por meio do TesouroNacional, que engordaria o caixa com mais tributos.(Fonte: Correio Braziliense)
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